Dissertação – O que as crianças falam e e quando elas se calam: o preconceito e a discriminação étnico-racial no espaço escolar

DISSERTAÇÃO MARLUCE

O QUE AS CRIANÇAS FALAM E QUANDO ELAS SE CALAM – MARLUCE LEILA SIMÕES

RESUMO
Esta pesquisa se caracteriza em um estudo sobre as relações étnico-raciais entre/para com crianças das séries iniciais de uma escola de ensino básico no município de Aracruz/ES. O estudo de caso do tipo etnográfico oferece elementos de sua composição para melhor entender a complexidade do contexto da pesquisa. Tal cenário se constitui em espaço de presença multicultural, em que crianças indígenas, brancas e negras convivem cotidianamente em uma relação às vezes conflituosa e ora, opressora. A histórica expropriação dos povos negros e indígenas relegada a teorias de raças inferiores ficou impregnada na ideologia racial brasileira. O mito, como afirma Chauí (2006) serve mais uma vez, ao discurso dominante. O mito da democracia racial persiste na sociedade brasileira. Na escola, as crianças sentem as marcas deste “mascaramento” quando são submetidas às mazelas do racismo, dentro de uma instituição que lhes é de direito. Neste contexto, a escuta das narrativas dos pequenos atores produzem e lapidam as formas representativas deste cenário. Os silêncios dos sujeitos discriminados se fazem perceber ou camuflar, mas sutilmente demonstram o sofrimento de exclusão experienciados. Os sentidos e significados pintam a tela das cenas e complementam o cenário: As crianças e as discriminações étnico-raciais como incidentes na violência escolar. Violência invisibilizada pela não-escuta dos adultos que deveriam direcioná-las e mostrá-las o “mundo”, como sugere Hannah Arendt (1972).

Autora: Marluce Leila Simões

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